OS BENS TOMBADOS

PATRIMÔNIO CULTURAL CARIOCA

O tombamento é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social.

O nome tombamento advém da Torre do Tombo, o arquivo público português, onde eram guardados e conservados documentos importantes. Ou seja, utilizamos a palavra no sentido de registrar algo que é de valor para uma comunidade protegendo-o por meio de legislação específica.

Atualmente, o tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

Portanto, o tombamento visa preservar referenciais, marcas e marcos da vida de uma sociedade e de cada uma de suas dimensões interativas.

http://www.inepac.rj.gov.br/arquivos/LegislacaoFederal_11out05.pdf

http://www.inepac.rj.gov.br/arquivos/LegislacaoEstadual_11out05.pdf

OS BENS MATERIAIS

CASA VILLIOT

“a casa sem janela se abre para o cotidiano carioca”

A Casa Villiot, projetada em 1920 por Antônio Virz i (1882-1954), personagem importante da arquitetura carioca no início do século XX. para residência de Victor Villiot Martins na Rua Sá Ferreira, 80, é a última obra conhecida do arquiteto italiano. Caracterizada por tratamento formal inusitado em que predominam os volumes escalonados  e interpenetrantes e elementos  art-déco, foi apelidada na época de “casa  sem janelas”, tendo sido considerada uma das mais avançadas propostas arquitetônicas no Brasil nos anos 20. A construção possuía originalmente uma área construída de 306 m², apresentando programa arquitetônico coerente com o adotado para os bangalos de classe média em 2 pavimentos surgidos no bairro à época. Protegida pela legislação municipal  de tombamento (1996), declarada de utilidade pública (1997) e desapropriada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (2000).

A proposta de adaptação de uso do imóvel considerou a necessidade de transferência para o local da Biblioteca Popular de Copacabana Carlos Drummond de Andrade – embora tenha sido “batizada” pelo nome de Biblioteca Municipal Infantil Max FefferTOMBADO PELO DECRETO MUNICIPAL 15.135/96, de 24/091996

CINEMA ROXY, 1, 2 e 3

Cinemas Roxy, 1, 2, e 3

Construído por Raphael Galvão (autor também do Cine Ipanema, na Praça General Osório, fechado em 1967), num prédio de 1934, a construção é inspirada no Roxy nova-iorquino. Sua cúpula obteve o recorde de recobrimento devão: tem exatamente 36,2m de diâmetro. O lugar foi inaugurado com palco, fosso para orquestra e proscênio em arco de15m, além de poltronas para 1.630 pessoas. Hoje, ele está dividido em três salas, mantendo, no entanto, muito da decoração original. Num art déco de vertente streamline (aerodinâmica), a escadaria central, em mármore, ferro e aço é encimada por painel em “stucco” com figuras estilizadas da música e da dança.

O Cine Roxy está localizado na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 945, esquina com a Rua Bolivar, fundado em 03 de setembro de 1938, em estilo art déco, mantém o mesmo ambiente do passado, com pilares na entrada, detalhes em mármore, pés direitos altos, jirau, luminárias e até o inconfundível letreiro externo. Mesmo subdividido, o espaço original e sua cúpula são recuperáveis. Hoje, é o único cinema em funcionamento no bairro e reconhecido pela prefeitura como “marco referencial na cultura cinematográfica da cidade“.

No início dos anos 90 o Roxy passou por uma grande reforma e passou a comportar 3 salas menores: Roxy 1, 2 e 3. Nos anos 2000 após nova intervenção, passou a contar com poltronas numeradas, além de pequenas mudanças e intervenções em sua fachada. O Decreto nº 22.773 de 03 de abril de 2003 garante a preservação dos cinemas Roxy 1,2 e 3, e só poderá entrar em obra ou qualquer modificação com a aprovação do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.

CONJUNTO URBANO PAISAGÍSTICO

Orla da cidade do Rio de Janeiro, ao longo da Av. Atlântica desde a praça do Leme e a rua Francisco Otaviano.

Conjunto urbano-paisagístico, junto às praias do Leme, Copacabana, localizado na orla da cidade do Rio de Janeiro formado pelas calçadas centrais e laterais e pelas espécies arbóreas, ao longo da Av. Atlântica, entre a Praça do Leme e a Rua Francisco Otaviano (Leme e Copacabana), tombado pelo INEPAC  em 25.01.1991 através do Processo E-18/000.030/91 e o Decreto Municipal n.º 30.936, de 4 de agosto 2009 que determina o tombamento provisório das obras paisagísticas de autoria de Roberto Burle Marx na Cidade do Rio de Janeiro

Canteiro central Av. Atlântica Burle MarxO calçadão de Copacabana, de autoria de Roberto Burle Marx, foi executado no início da década de 1970, sendo o maior exemplo de obra de arte aplicada existente no mundo. Pensado como um painel contínuo em escala urbana passível de ser visualizado em grandes trechos, oferece aos pedestres a possibilidade de desfrutar de uma variedade de desenhos e composições. Adota motivos do abstracionismo formal que caracteriza a pintura de Roberto Burle Marx a partir da décade de 1950. O projeto paisagístico agrupa árvores de copas amplas em conjuntos, cuja distribuição se integra ao desenho do calçadão. O trabalho em pedra portuguesa das calçadas, incorpora a figura tradicional das ondas que simbolizam o bairro. O calçamento em pedra portuguesa foi introduzido no Rio de Janeiro na administração do prefeito Pereira Passos, no início do século XX, integrando o conjunto de medidas urbanísticas promovido pela Prefeitura do Distrito Federal para modernização da capital da República.

O desenho seqüenciado das ondas , inspirado no Grande Mar foi criado pelo engenheiro Pinheiro Furtado, em Portugal, no início do século XIX para o largo do Rossio de Lisboa. Foi trazido para o Rio em 1905 e utilizado, pela primeira vez, pelos 36 calceteiros que a Câmara Municipal de Lisboa enviou ao Brasil para decorar a extremidade norte da avenida Central, atual Rio Branco. Tornou-se um símbolo dos bairros novos da Zona Sul do Rio e do estilo de vida a eles associado.

COPACABANA PALACE HOTEL

Parte da edificação principal, fronteira ao mar, bem como a pérgula e piscinas laterais

Inaugurado em 1923, este impressionante prédio com sua imponente fachada é o hotel de luxo mais tradicional do Rio. Este marco de referência da cidade foi desenhado pelo arquiteto Joseph Gire que se inspirou em dois hotéis, o Negresco de Nice e o Carlton de Cannes. Desde sua inauguração, o hotel só teve dois proprietários, a família Guinle do Rio de Janeiro; e a partir de 1989, a Orient-Express Hotels que reabilitou o Copa, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las.

O projeto do arquiteto francês Joseph Gire de 1917, inspirado nos empreendimentos hoteleiros da Riviera Francesa, conferiu ao edifício um aspecto exterior eclético, com linguagem estilística inspirada na arquitetura setecentista francesa. A estrutura em concreto armado com oito pavimentos e a implantação de frente para três ruas garantem ao grande hotel presença marcante na paisagem urbana da Avenida Atlântica.

Salão do CopaA obra foi executada pela Companhia Construtora Nacional, uma das primeiras empresas modernas de construção no Brasil, e inaugurado em 1823. Além da importância arquitetônica urbanística da edificação, e hotel ocupa hoje um importante lugar na memória da cidade do país por hospedar há mais de 85 anos, os visitantes ilustres do Rio de Janeiro, entre reis, artistas, chefes de Estado e celebridades mundiais.

Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado definitivamente nas esferas federais (IPHAN), estadual (INEPAC) e municipal (SEDREPAHC) .

Salão Cristal do CopaM. E. e F. TOMBAMENTO 12/12/1985 e 07/04/2003

TOMBAMENTO DEFINITIVO

D.O.M. – 30/10/2008 (M)

LEI 793/85 e LEI 3.531/03 DE 24/03/1986 (E)

Nº do Processo E-03/16.560/83

RESOLUÇÃO 17, DE 19/03/1986 e D.O. ESTADO DE 24/03/1986

LIVRO HISTÓRICO, VOL. I, INSCRIÇÃO  506

LIVRO BELAS-ARTES, VOL. II, INSCRIÇÃO 583 (F)

EDIFÍCIO AMÉRICA

Árvores (1 oitizeiro, 2 amendoeiras e 2 algodoeiros-do-Pará)

Edifício América - Foto: Cristina Reis

Piso em pastilhas Foto: Cristina Reis

Portal do Edfício América Foto: Cristina Reis

O Edifício América, localizado à rua Ministro Viveiros de Castro 110, na altura do posto 2, foi construído na década de 30 em estilo art-déco, com hall de ingresso em mármore rosa com listras em rosa escuro. No fundo do prédio sobrevivem cinco grandes árvores: um oitizeiro, duas amendoeiras e dois algodoeiros do Pará. As cinco árvores existentes nos fundos foram tombadas por seu valor natural e paisagístico pela Lei Municipal nº 1.689, DE 26/03/1991.

hall em mármore do Edifício América - foto; Cristina Reis

Hall do Edifício América Foto: Cristina Reis

EDIFÍCIO TUYUTY

Rua Ministro Viveiros de Castro, 100

Edifício Tuyuty - Rua Ministro Viveiros de Castro, 100

O Edifício Tuyuty é um expressivo projeto arquitetônico com harmoniosas proporções e boa qualidade construtiva. A ornamentação é discreta resumindo-se frisos no revestimento de argamassa. Quanto aos elementos arquitetônicos, são decorrentes aos consoles escaloados, coroamentos discretos e corpos salientes reentrantes.

Construído em 1931 pelo escritório técnico Paulo Duvivier – Proprietário original Amália Wagner

EDIFÍCIO GUAHY

Edifício Guahy

Em estilo art-déco, caracteriza-se pelo apuro formal e estilístico, em que sobressai o jogo de linhas retas e volumes prismáticos. Destaca-se o revestimento em pó-de-pedra e a cercadura radial que envolve o vão de acesso em anexo pleno. O projeto de 1932, é da autoria de Ricardo Buffa.  DECRETO MUNICIPAL  9.656/90, de 24/09/1990

Edifício Guahy - foto: Cristina Reis

 

EDIFÍCIO GUARUJÁ

Senhor absoluto da sua época, prédio mais elegante de Copacabana

Um dos primeiros a acolher 11 andares em seu gabarito, sendo pois, o maior prédio da orla por algum tempo. A fachada mescla elementos art decó e classicizantes. O Prédio, ao ser construído em 1927, pelo arquiteto-construtor Adriano José Rodrigues é a sua implantação com a entrada principal pela Av. Atlântica, de frente para o mar, onde, no recuo, a fim de que não projetasse sombra na areia havia um jardim que hoje abriga o edifício nº 12.906 da Av. Atlântica. O recuo fez do Edifício Guarujá um dos poucos edifícios a obedecer as recomendações do urbanista Alfred Agache para o bairro.

A especulação imobiliária fez com que o jardim fosse transformado em área edificante nos anos 60, e logo o Guarujá foi praticamente emparedado por um edifício na Atlântica que lhe roubou a vista para o mar. O edifício pertencia a um único dono e acabou sendo abandonado, entrando numa era de decadência que o transformou numa ruína. Por outro lado, os problemas legais decorrentes desta condição acabaram por impedir que o prédio fosse demolido.

Graças à mentalidade preservacionista atual, acabou sendo tombado e finalmente restaurado. Em 1998, foi negociado pelas herdeiras da família Ribeiro Campos a um grupo de incorporadores, que entregou á cargo da RJZ Construtora, a responsabilidade de efetuar o retrofit do edifício, que se encontrava em completo abandono a mais de duas décadas. A obra durou três anos, transformado em um residencial com serviços, rebatizado de South Beach Copacabana Residence Club.

Edifício que foi utilizado como residência de Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon.    TOMBADO PELO DECRETO MUNICIPAL 13.445/94 DE 30/11/1994

FORTE DE COPACABANA

PONTAS DE COPACABANA E DO ARPOADOR

O tombamento do Forte de Copacabana e do deslumbrante sítio natural onde está implantado, limitado por dois acidentes geográficos conhecidos como a Ponta de Copacabana e a Ponta do Arpoador, entre as praias de Copacabana e Ipanema, é resultado de uma intensa mobilização popular envolvendo diversas associações de classe e comunitárias e setores do legislativo carioca, preocupados com a desfiguração daquela paisagem cultural diante da ameaça da construção de um empreendimento no local. Cartão-postal do Rio de Janeiro, a área foi parcialmente protegida com o tombamento pelo Estado.

O conjunto arquitetônico do Forte de Copacabana está intensamente associado à história da República Velha. A pedra fundamental foi lançada pelo presidente Afonso Penna em 1909, e o complexo militar foi inaugurado em setembro de 1914, pelo marechal Hermes da Fonseca. A casamata abobadada de 40.000 m³ de concreto chega a ter 22m de espessura e abriga as quatro cúpulas dos grandes canhões fabricados na Alemanha pela casa Krupp. O forte tornar-se-ia peça de defesa da costa, justamente contra a Alemanha, na Primeira Guerra Mundial. A importância estratégica do forte deu especial repercussão à revolta tenentista comandada pelo coronel Xavier de Brito em 5 de julho de 1922 e que culminaria no episódio conhecido como os Dezoito do Forte, do qual participaram Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Em 24 de outubro de 1930, novamente, a guarnição do Forte se levantaria contra o governo da República, iniciando a adesão da tropa da Capital Federal à chamada Revolução de 30. Deposto, às cinco da tarde, o presidente Washington Luiz foi conduzido ao Forte, onde permaneceu preso até a sua deportação. O forte ainda seria chamado à defesa da costa durante a Segunda Guerra Mundial, mas com o desenvolvimento da aviação militar tornou-se obsoleta a artilharia defensiva fixa e, em 1987, foi extinto o 3º Grupo de Artilharia da Costa. No dia 4 de maio do mesmo ano foi implantado no local o Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana,

TOMBAMENTO DEFINITIVO ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO SEC 47 E-18/000.399/89, DE 06.09.1990 e LEI Nº 2.087 DE 04/01/ 1994, cria a área de proteção ambiental das Pontas de Copacabana e Arpoador, destinada a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes.

GALERIA MENESCAL

Galeria Menescal Foto; Cristina Reis

 

Entrada e galeria da Menescal

Galeria Menescal Foto: Cristina Reis

A partir dos anos 1940, cresce a presença da classe média no bairro, o que gera a instalação de um comércio mais

Piso de mosaico em mármore foto: Cristina Reis

sofisticado, edifícios de escritórios e consultórios, agências bancárias, cinemas, teatros, casas noturnas e clubes.  Uma destas características foi a abertura de galerias comerciais que aproveitava melhor o espaço dividindo-o em pequenas lojas. Idealizada em 1946 por Humberto Menescal,  construída durante a Segunda Guerra Mundial e que, na inauguração, tinha garagem para funcionar como abrigo anti-aéreo, cortando de lado a lado um quarteirão do agitado bairro, ligando a Avenida Nossa Senhora de Copacabana à Rua Barata Ribeiro, considerada desde então, um dos centros comerciais mais tradicionais de Copacabana.

Na época em que foi construída, quando o Rio ainda não conhecia a conveniência dos shopping-centers, serviu de passarela para a alta sociedade do Rio, com visitas assíduas dos descendentes das famílias Mayrink e Catão nos anos 50. Testemunha do encontro de João Gilberto e Roberto Menescal, em 1957.  O baiano, que acabava de chegar ao Rio, bateu na casa de Menescal, na galeria, e impressionou um grupo de convidados com a batida diferente de seu violão, um marco fundamental da bossa nova.

Painel Galeria Menescal Foto: Cristina Reis

Também nessa época, a diversão da juventude mais afeita a rebeldias era cortar a galeria à noite de carro ou moto, o que levou, alguns anos mais tarde, ao fechamento, a partir das 20h, dos portões do comprido corredor de lojas.

A Galeria Menescal ainda conserva os pisos e paredes de mármore italiano originais, bem como os afrescos, os portais de ferro,  as luminárias e os relevos estilo art déco que adornam o interior.

Mantendo 84 apartamentos dos três blocos e das 36 lojas que hoje compõem a galeria, algumas estão no local há meio século, como restaurante árabe Baalbeck, a sapataria Santa Fé e a loja de brinquedos Circus, um marco na mudança comercial do bairro.

DECRETO MUNICIPAL 17.652/2007, DE 06/03/2007

IMÓVEIS

Rua Souza Lima, 171 Foto: Ivo Korytowski

Rua Sá Ferreira, 196 c Foto: Ivo Korytowski

Exemplares remanescentes da primeira ocupação do bairro de Copacabana, a primeira edificação destaca-se por seu estilo eclético e a segunda caracteriza-se pelo revestimento em pedra.

Tombados provisoriamente pelo DECRETO N.º 25593, 17 de outubro de 2007.

Rua Xavier da Silveira, 75 Foto: Ivo Korytowski

Construção de dois andares sobre portão, edificados em 1938. Chama atenção a singularidade e a forte inclinação de seu telhado em ardósia. Representou um dos últimos exemplares de edificações unfamiliares burguesas daquela época no bairro. Tombado pelo Decreto Municipal  nº 14.737/96, de 19/04/1996

MURALHA E ARCOS DA LADEIRA DO LEME

Ladeira do Leme, atual (Coelho Cintra), junto ao nº 63

Data de 1565 a doação, pela Coroa de Portugal à Cidade do Rio de Janeiro, da sesmaria que abrangia os morros de São João e Babilônia. Esses morros separam atualmente, os bairros da Urca e Botafogo de Copacabana e Leme. As primeiras fortificações do Rio de Janeiro foram construídas a partir do século XVI.

Foi no início do século seguinte que aumentou a preocupação em reforçar a defesa da cidade preocupação em reforçar a defesa da cidade devido a sucessivos ataques de navios franceses e à transferência da capital de Salvador para o Rio.

Nas primeiras décadas do século XVIII foram então, convocados engenheiros militares para elaborarem planos de redutos e fortalezas no litoral carioca. Foi essa a origem do Reduto do Leme, no governo do 2º marquês do Lavradio (1769-1779), construído no alto da ladeira do Leme, para impedir o acesso de invasores vindos da Zona Sul. Foram colocadas seteiras nas faces laterais que podiam ser fechadas em caso de perigo. Tombamento  30.12.2002 Processo E-18/001.682/2002

Parque Estadual da Chacrinha

Ladeira do Leme (Coelho Cintra) acesso pela Rua Guimarães Natal

O Parque da Chacrinha ainda possui muitas ruínas históricas onde se mesclam nao só a história do Parque e do Bairro de Copacabana como também da Cidade do Rio de Janeiro e do Brasil. Alguns exemplos são: o caminho-das-mulas, antigo caminho de acesso ao Forte do Vigia que era utilizado para levar provisões aos soldados que ficavam de vigília nas matas do Parque; as plataformas de vigília, terraços construídos com pedras na época colonial e utilizados pelos soldados na defesa da Cidade; o aqueduto, construído no período colonial, captava água dos paredões rochosos do morro e as despejava numa fonte utilizada pelos militares, além disso, ainda existem as fundações das antigas casas que constituíam a favela local.

MicoO parque representa o último refúgio para algumas espécies como o mico-estrela, o gambá, o tatu, o gavião-carijó, a coruja, o anu-branco, o anu-preto e o sanhaço. Desempenha, ainda, um papel importante para a amenização do clima e preservação do ecossistema, além de representar uma importante área de lazer para os moradores. Na flora do parque podem ser encontradas espécies como embaúbaguatambupaineira.

Entre as edificações, a mais importante é a “casa do pescador Teodoro” que data do século XIX. Considerada a casa mais antiga do bairro ainda “de pé”. Foi construída com pedras, terra e conchas. Há relatos que ali morava um pescador que, em troca de ser o único civil a residir na área do Forte, fornecia pescado aos soldados que ali serviam.

Em 2002 a área do Parque foi tombada pelo INEPAC-Instituto Estadual do Patrimonio Cultural pelo Processo E-18/001682/2002 em 30/12/2002.

PARQUE PETER PAN

Parque Peter Pan

Inaugurado na década de 70, o parque Peter Pan esteve ameaçado e fechar. Para quem não conhece, o parque temático é parte da infância e dos sonhos de muitas crianças e reproduz uma minicidade com casinhas e as sinalizações de trânsito e está localizado na Rua Francisco Sá, 86, esquina com Raul Pompeia, no trecho que une Copacabana e Ipanema. Destinado a crianças menores de dez anos de idade, foi tombado pelo Patrimônio Municipal e cedido pelo Governo do Estado à Prefeitura, através de contrato de comodato, pelo prazo de dez anos, e agora está totalmente reformado.

Parque Peter Pan

O parque infantil, tombado por seu interesse urbano, social e paisagístico pelo Decreto Municipal nº 29.239, de 28/04/2008 e Lei n.º 5.001, de 22 de abril 2009.

SEDE DO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO – SESC

Serviço Social do Comércio/SESC

Rua Domingos Ferreira, 160

Projetada por Oscar Niemeyer em 1982, destacam-se na edificação os elementos curvos e colorido da fachada que procura imitar as ondas do mar. Lei Municipal nº 2.677, de 18/09/1998

TEATRO DO COPACABANA PALACE HOTEL

Acesso ao Teatro do Hotel Copacabana Palace

Av. N. S. de Copacabana, 291, 313, 327

Fundamental para o lançamento de muitos talentos da dramaturgia nacional, o Teatro Copacabana foi instalado nas dependências do antigo cassino do hotel, fechado por conta da proibição de jogo e fechamento dos cassinos em todo o Brasil,  sendo, que a última partida de roleta no Brasil foi realizada no cassino do Copacabana Palace Hotel, em 30 de abril de 1946.  Tombamento edital D.O. do Estado de 30/12/2002

TEATRO TEREZA RACHEL

Teatro Tereza Rachel

O Teatro Tereza Rachel foi tombado, em caráter provisório. Em tese, o decreto do prefeito faz com que fique preservado seu uso como casa de espetáculos, evitando que o espaço seja usado para pregações religiosas, como ocorre desde 1999.

De acordo com o decreto de tombamento, nenhuma obra ou alteração no imóvel, localizado à Rua Siqueira Campos, 143, em Copacabana, poderá será feita sem prévia autorização do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio.

Projetado pelo arquiteto Henrique Mindlin em 1958, o teatro foi oficialmente inaugurado em 1972, integrando o Shopping Center de Copacabana. Ao longo de 32 anos de existência, o Tereza Rachel brilhou em momentos que marcaram época, como a encenação de Um bonde chamado desejo, de Tennessee Williams, e o musical Gota D¿Água, de Paulo Pontes e Chico Buarque.

A galeria de astros que pisaram o palco do Tereza Rachel inclui, entre outros, Bibi Ferreira, Marília Pêra, Dina Sfat, Paulo Gracindo, Juca de Oliveira e Sérgio Brito, no teatro, e Gal Gosta, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nei Matogrosso, Ivan Lins e Luiz Gonzaga, na música.

Desde 1999, o teatro – referência da vida cultural e artística da cidade – funcionava como templo da Igreja Universal.

Decreto Municipal 24.391/2004 DE 09/07/2004

BENS CULTURAIS IMATERIAIS

BECO DAS GARRAFAS

Beco das Garrafas

Beco das Garrafas

O Beco das Garrafas é o nome atribuído a uma travessa sem saída da rua Duvivier, entre os números 21 e 37, que abrigava um conjunto de casas noturnas, situado no bairro carioca de Copacabana, nas décadas de 50 e 60.

A alcunha de Beco das Garrafas se deve à prática dos moradores de jogar garrafa nos boêmios que frequentavam os bares Ma GriffeBacaráLittle ClubBottle’s, reduto do músicos do movimento musical urbano surgido em 1957, considerado o berço da bossa nova.

Ali se apresentavam Sergio MendesLuís Carlos VinhasBaden PowellDurval FerreiraTião NetoManuel GusmãoBebeto CastilhoDom Um RomãoAirto MoreiraWilson das Neves,Chico BateraRonaldo BoscoliMiele, e entre outros músicos.

Entre os cantores, Elis ReginaSylvia Telles, Maísa, Marisa Gata MansaDóris MonteiroClaudette SoaresAlaíde CostaLeny AndradeWilson Simonal.

Está inscrito no Livro de Registro dos Lugares. Decreto Municipal  nº , 25.918, de 16/10/2005

BOSSA NOVA

Tom Jobim, Vinícius de Morais, Roberto Menescal, Luiz Bonfá e Carlos Lira

Movimento da música popular brasileira no final da década de 1950 e início da década de 1960, é um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, do qual há várias composições consideradas jóias da música nacional.

João Gilberto

João Gilberto

De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar samba naquela época. Anos depois, Bossa Nova tornar-se-ia um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo, especialmente associado a João Gilberto, Antônio Carlos Jobim, Vinícius de Moraes e Luiz Bonfá.

O fim cronológico da bossa não significou a extinção estética do estilo. O movimento foi uma grande referência para gerações posteriores de artistas, do jazz (a partir do sucesso estrondoso da versão instrumental de Desafinado pela dupla Stan GetzCharlie Byrd) a uma corrente pós punk britânica (de artistas como Style CouncilMatt BiancoEverything but the Girl).

Astrud Gilbert

Astrud Gilbert

No rock brasileiro, há de se destacar tanto a regravação da composição de Lobão, Me chama, pelo músico bossa-novista João Gilberto, em 1986, além da famosa música do cantor Cazuza composta por ele e outros músicos, Faz parte do meu show, gravada em 1988, com arranjos fortemente inspirados na Bossa Nova.

Seu legado é valioso, deixando várias jóias da música nacional, dentre as quais Chega de Saudade, Garota de Ipanema, DesafinadoO barquinhoEu Sei Que Vou Te AmarSe Todos Fossem Iguais A VocêÁguas de marçoOutra VezCoisa mais lindaCorcovadoInsensatezMaria Ninguém, Samba de uma nota sóO patoLobo BoboSaudade fez um Samba. Tombado pelo Decreto Municipal nº 28.552, DE 15/10/2007

A turma do banquinho e do violão

RESERVATÓRIO DO CANTAGALO

Rua Professor Gastão Baiana

Com capacidade aproximada de 8 milhões de litros, o Reservatório do Cantagalo, construído em galeria escavada na rocha, foi aberto em 1930, para abastecer os bairros oceânicos de Copacabana, Ipanema e Leblon.

Sendo que, situado numa subida da Rua Percy Murray, s/nº, o reservatório do Cantagalo atende a 30 mil moradores da chamada parte alta de Copacabana: Rua Pompeu Loureiro e algumas transversais, como a Travessa Maria Amélia e a Rua Emílio Berla. Ele foi construído dentro de uma pedra junto ao morro e funciona como uma enorme cisterna, armazenando a água que é trazida do Sistema Guandu por uma elevatória. Processo E-18/001.542/98, 09.12.1998

A HISTÓRIA DO INSTITUTO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL

Gustavo Capanema,

O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional foi criado em 13 de janeiro de 1937 pela Lei nº 378, no governo de Getúlio Vargas. Já em 1936, o então Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, preocupado com a preservação do patrimônio cultural brasileiro, pediu a Mário de Andrade a elaboração de um anteprojeto de Lei para salvaguarda desses bens. Em seguida, confiou a Rodrigo Melo Franco de Andrade a tarefa de implantar o Serviço do Patrimônio. Posteriormente, em 30 de novembro de 1937, foi promulgado o Decreto-Lei nº 25, que organiza a “proteção do patrimônio histórico e artístico nacional”. O Iphan está hoje vinculado ao Ministério da Cultura.

Rodrigo Melo Franco de Andrade contou com a colaboração de outros brasileiros ilustres como Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Afonso Arinos, Lúcio Costa e Carlos Drummond de Andrade. Técnicos foram preparados e tombamentos, restaurações e revitalizações foram realizadas, assegurando a permanência da maior parte do acervo arquitetônico e urbanístico brasileiro, assim como do acervo documental e etnográfico, das obras de arte integradas e dos bens móveis.

 A próxima etapa consistiu na proteção dos acidentes geográficos notáveis e paisagens agenciadas pelo homem. Há mais de 60 anos, o Iphan vem realizando um trabalho permanente de identificação, documentação, proteção e promoção do patrimônio cultural brasileiro.

Fonte: IPHAN


57 Respostas para “OS BENS TOMBADOS

  1. maria helena

    Maravilha!! Viagem no tempo! Nasci no Edifício América e saí de lá p casar aos 21! Parabéns pela pesquisa 🤩👏👏👏

    • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

      Boa tarde, Maria Helena! Em que ano vc saiu de lá? Morava em que apartamento? No 103? Vc é parente da D. Letícia?

  2. colocar gradil no calçadão pode? a que distancia do imovel? se o calçadao e tombado

  3. Laura da Silva Porto

    Li o material do site, mas não consegui achar nada sobre o Edifício Ibera, na Avenida Atlântica, 1572 Sabem se ele é tombado pelo Município?

  4. Guilherme Borges

    Excelente matéria! Uma dúvida.. os postos de salvamento também foram tombados ou estão incluídos no conjunto paisagístico da praia? abraços e mais uma vez parabéns pela página.

  5. Eu tenho um blog – http://mhrfotos.blogspot.com.br – e um dos marcadores é Copacabana. Seria ótimo receber informações sobre os locais que já postei e principalmente correções se alguma coisa estiver incorreta. Quanto mais pudermos divulgar esse bairro, melhor!

  6. ANTONIO CELENTE VIDEIRA

    Prezada Sra CRISTINA REIS:

    Sou síndico do edifício ALABAPLENA, situado na rua AIRES SALDANHA 136. Gostaria de saber se a senhora tem alguma informação histórica sobre o mesmo, já que pretendo escrever um pequeno histórico do mesmo e distribuir aos condôminos.

    Agradeço a sua atenção e parabenizo-a pela iniciativa.

    Respeitosamente,

    ANTONIO CELENTE VIDEIRA

  7. Rô Ferreira

    Gostaria de saber se o Ed. Uaru situado à Rua Ministro Viveiros de Castro no 87 em Copacabana é tombado. Aguardo resposta. Muito obrigada!

    • Que eu saiba, não. Há muitas questões. Os prédios a serem tombados têm que ser como o foi em época passada. Se houver mudança nas paredes e nas janelas externas, não passa pelo crivo da Secretaria Municipal de Urbanismo.

  8. Ge Ellwanger

    Olá Cristina. Você sabe se o prédio Luiz de Camões avenida Atlantica 2440 está tombado? Ou como posso descobrir isso?
    Obrigada pelo seu esforço e dedicação à causa.
    Ge

    • Que eu saiba, ainda não. Só sei que havia uma mansão da Família Guinle onde hoje é o Camões. Acho que foi construída em 1946. Mais detalhes você pode saber no Instituto Pereira Passos, na Rua Gago Coutinho, Largo do Machado.

  9. Que eu saiba, não. As casas tombadas só são aquelas que citei acima. Geralmente, a própria família cria obstáculos para que as suas residências de décadas não sejam tombados. E tem outro detalhe, há pouco tempo, um decreto da Prefeito Eduardo Paes, incluiu as casas construídas antes de 1928/1938, caso, a família queira, serem demolidas. Um agente público que pensa assim, tinha que ser internado em hospício.

  10. Giselle

    Olá, a casa em frente ao numero 332 da rua Santa Clara é tombada?

    Obrigada!!

  11. Vizinho da casa de pedra

    Bom dia, alguém sabe me informar se o conselho municipal aprovou a demolição da casa de pedra, na esquina da atlântica com santa clara? Algúem sabe de alguma novidade em relação a esse projeto?

    Obrigado e abs

    • Olá vizinho da casa de pedra,

      Infelizmente, a Casa de Pedra da Av. Atlântica com a Rua Santa Clara, assim que a matriarca que morou lá desde os anos 20 do século passado, faleceu, os seus herdeiros, isto é, vários sobrinhos, não tiveram nenhuma sensibilidade em manter a casa como um espaço cultural ou para a própria manutenção de sua história arquitetônica do período eclético a ser preservada. A casa foi vendida para o dono do Restaurante La Fiorentina no Leme, juntamente com um grupo estrangeiro no preço de 28 a 25 milhões de reais para a construção de mais um hotel. Quanto a Prefeitura, que faz o governo direcionado ao poder econômico, está se linchando pelo valor arquitetônico do velho casarão. E assim, no ano passado em Copacabana, foram demolidas 4 casas do início do século XX. Uma delas já foi erguido um espigão de apart-hotel. E as outras, já em construção para o delírio da rede de hotelaria. Só para te situar em primeira mão, uma parte do quadrilátero da N.S. de Copacabana com a Rua Figueiredo, de onde houve um recente incêndio (AIDAN), provavelmente, as casas que foram construídas desde que a Rua Siqueira Campos, tinha a sua primeira estação de bondes serão demolidas, talvez para dar lugar a um shopping e um hotel. Só temos agora a nos lamentar pelo quadro caótica que vive Copacabana, sem referência, sem história e sem identidade.

      • De Copa

        Olá, alguma notícia sobre o futuro desse quadrilátero da N.S. de Copacabana com a Rua Figueiredo? Não consigo ver como algo negativo alguma nova construção nesse local. As casas (já em um péssimo estado) que atualmente ocupam o referido terreno tomam muito espaço da calçada e, se tratando de um trecho de muito movimento de pessoas (perto do metrô), desafogaria a passagem de pedestres, além de trazer novidades para o bairro.
        Obrigado

      • Pelo que sei uma incorporada chegou a pensar em comprar todos os apartamentos onde está localizado a Galeria Ritz. Mas acho que desistiu. O quadrilátero que engloba o Supermercado Mundial, os antigos sobrados e suas vilas na Siqueira Campos, juntando a isso, a Loja Americana, o Mundo Verde e outras lojas na Av. N. Senhora de Copacabana seriam demolidas para realmente ser construído um shopping e um hotel. É um projeto de longo prazo que não acredito que seja ainda no mandato do prefeito Eduardo Paes, pois, requer muita grana para desalojar tudo mundo dali. É a única coisa que sei de concreto.

      • De Copa

        Olá, quatro anos e meio depois temos alguma novidade sobre esse quadrilátero da N.S. de Copacabana com a Rua Figueiredo?
        Acredito que com a crise infelizmente tenham deixado de lado esse plano do shopping + hotel. Ainda mais levando em conta que o Mundial fez uma super reforma há um ou dois anos.

  12. RIO — Já tramita no Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural um processo de consulta sobre a demolição da famosa casa de pedra da Avenida Atlântica, em Copacabana. Segundo o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, embora a construção não seja tombada, o caso precisa passar pelo conselho porque é o que determina a lei para todos os imóveis da cidade erguidos antes de 1938. Espremida entre prédios de Copacabana, a casa, a última da Atlântica, deve dar lugar a um prédio comercial e está sendo negociada por R$ 23 milhões, conforme informou na sexta-feira o jornalista Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO.
    Um vigia responsável pela segurança do imóvel disse que a residência já teria sido comprada. Há duas semanas, segundo vizinhos, foi feita a retirada dos móveis. A casa tem dois andares e ocupa uma área de 850 metros quadrados, próximo à esquina com a Rua Santa Clara. De estilo eclético, pertencia a Zilda Azambuja Canavarro Pereira, que morreu em maio, aos 101 anos.
    A Secretaria municipal de Urbanismo, segundo o secretário Sérgio Dias, ainda não recebeu qualquer pedido de demolição ou consulta para a construção de um novo prédio no local. Parentes de Zilda não foram encontrados para comentar o assunto.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/casa-de-pedra-na-atlantica-conselho-avalia-demolicao-6467109#ixzz2A4cjXOpq

    • Olá Diário do Internato,

      Eu li a matéria do Globo, desde ontem. Inclusive, estamos fazendo uma Campanha para que a Prefeitura desaproprie ou compre e que considere que a casa de pedra seja tombada, para que vire um Centro Cultural. Infelizmente, Copacabana sofreu ao longos das décadas, e ainda sofre com a “Síndrome dos Herdeiros”. Morrem os titulares que construíram há mais de 100 anos de onde nasceram e foram criados os seus filhos e netos. E ai, falecem, e os herdeiros vão lá e destroem em troca de milhões que estão envolvidos nesta pequena área.
      Agradeço por me enviar as explicações sobre o que é o TOMBO, já tinha noção disso. Só que tudo que TOMBA pode ser futuramente DESTOMBADO, dependendo do interesse dos entes públicos. Pior, o Decreto Municipal que coloca em xeque todo o Patrimônio Privado ou Público antes de 1938. No Rio e acho que em todo o Brasil, não temos a política e a cultura preservacionista ao um BEM PATRIMONIAL. E é isso que assistimos impávidos sem poder fazer nada, a destruição e o sumiço da cultura arquitetônica que permearam desde a época do Brasil Colônia, Vice-Reinado e o Império. Mesmo do começo do Brasil República podíamos admirar obras de grandes arquitetos e projetistas franceses, italianos, americanos, e até grandes e inesquecíveis artistas brasileiros. Não é só Oscar Niemeyer que contribuiu com a nossa arquitetura, mas muitos que foram esquecidos e ficaram nas páginas da memória no arquivo de uma Biblioteca. Mesmo que os herdeiros digam que não há um histórico de nenhum morador ilustre e que o ecletismo não significa nada para eles. Mas mesmo assim, só para te situar, se você me permite, explicar-lhe sobre o que é ecletismo.
      “O ecleticismo é a mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova linguagem arquitetônica. Apesar de que sempre há alguma mistura de estilos durante a história da arquitetura, o termo arquitetura eclética é usado em referência aos estilos surgidos durante o século XIX que exibiam combinações de elementos que podiam vir da arquitetura clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica. Assim, o ecletismo se desenvolveu ao mesmo tempo e em íntima relação com a chamada arquitetura historicista, que buscava reviver a arquitetura antiga e gerou os estilos “neos” (neogótico, neo-românico, neo-renascença, neobarroco, neoclássico etc)”

      • Obrigada pelos esclarecimentos e fico muito feliz pela campanha, mas acredito que nao deveria ser só perante a prefeitura, mas utilizar as mídias sociais, que atualmente são bastante efetivas… Afinal quantas gerações passaram por ali… Sem contar que é a ultima na atlântica…
        Ontem li que já foi vendida e q será construído um hotel 12 andares, preservando a fachada… Uma pena, um belo restaurante ou até msm um centro cultural me agradaria mais…
        Infelizmente vivemos em um pais onde o dinheiro fala mto mais alto… Ainda mais em época de copa do mundo

      • Olá Diário do Internato,

        Assim, que soube da notícia do Globo, entrei em 2 face´s e 3 twitter´s e outras mídias sociais que tenho. Mas a sensação que tive, salvando algumas pessoas que estavam realmente preocupadas, em sua maioria, só se sentiram penalizadas, e como dissesse: Infelizmente… A Prefeitura se cercou como pôde em lançar os seus decretos. .O que te falei antes, a da derrubada dos patrimônios construídos antes de 1938 e a Lei que permite que não haja licitação e estudo de impactos ambientais em projetos urbanísticos de interesse a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Assim foi com Maracanã, a Perimetral, o Museu do Índio, a Praça N.S. da Paz e dentre outros. . O Ministério Público e o Judiciário preservam muito questão do direito de autonomia do Executivo. Tanto o Governador e o Prefeito tiveram mais de 60% de votos, e como tal, a população passou a procuração para eles fazerem o que quiserem ao USO DO SOLO URBANO.. E como são os governos ligados ao empresariado com a prática do neoliberalismo, somos obrigados a aceitar, mesmo não querendo. A união com a tal esquerda e a direita mais um peso indigesto. A Câmara Municipal e a ALERJ, os dois têm a maioria. Têm a mídia na mão ou vice versa. A Federação das Associações de Moradores e alguns entidades comunitárias estão partidarizadas e alinhadas com a permanência do Status Quo. E para o Povo só restará, muito samba, cerveja e futebol. Se beber não dirija, Use camisinha, Justiça, Já, Eu quero a minha Dignidade, Direito à moradia, Já, e etc. e tal. O que estamos assistindo, vem desde do ano de 1.500. É o mesmo sistema enraizado de espoliação e de entreguismo que se o Povo não mudar o seu comportamento e mentalidade, vai continuar a existir até as próximas gerações. O número de violência crescendo, aumento da favelização, crianças se prostituindo e assaltando, hospitais super lotados, doenças, e etc. e tal. Até um dia vim alguém que termine com tudo isso, tipo, Fidel Castro. A propósito se você tiver oportunidade veja o Canal Futura, um programa chamado de É Apenas O Começo. É a iniciação a filosofia praticada na França em crianças de 4 e 5 anos, antes de entrarem na pré-escolar. Você ficará de queixo caído a forma de pensar e de falar destas crianças. São crianças de várias parte do mundo. A professora não interfere em nenhum momento na linha de raciocínio, a não ser quando há tumulto. E o papel dela é de perguntar e questionar as crianças. Incentivar a pensarem e a falarem de todos os assuntos que faz parte do seu dia a dia.. Se você assistir, preste atenção nos três senegaleses e na chinesa ou japonesa, não sei a nacionalidade dela. Geralmente, é repetido toda a noite por volta das 22:00 horas ou um pouco antes. Muito bom!

  13. Pingback: A banheira da Biblioteca Pública de Copacabana | Bibliotecários Sem Fronteiras - Biblioteconomia Pop

  14. Dada

    A Casa de pedras na esquina da santa clara com atlantica é tomabada? Se não, existe algum projeto da associação de moradores para tomaba-la?

    • Não é! Mas acho que ela ainda está segura da demolição porque está nas mão de um ex-ministro do exército que não mora ali, mas que periodicamente vem se refrescar nos ares da Praia de Copacabana. Acho até, que é em regime de comodato, porque é um dos patrimônio privado a pertencer o governo federal. Vou saber mais algum coisa a respeito isso.

    • Agora com a Cidade do Rio de Janeiro com o título de Patrimônio da Humanidade Cultural e Natural as coisas estão sendo mais fáceis. Estou agora com uma boa abertura com o IPHAN, E a associação pode pedir que seja intercedido a favor do tombamento. Só que é um caminho longo que pode levar para mais de anos o tombamento porque é uma questão administrativa, que se tem que fazer uma pesquisa criteriosa sobre a arquitetura e a história da casa. A própria Prefeitura querendo também pode fazer isso. Vou fazer todo o levantamento das casas que estão ainda de pé em Copacabana e levar para o próximo Prefeito, sendo ainda o Eduardo Paes ou não.

    • Dada,
      A casa de pedra da Santa Clara pertence a um ex- Ministro do Exército. Se o milico morreu, os seus descendentes, provavelmente, farão como todos os outros descendentes fazem, vendem, e depois repartem a grana com o resto da família. E aí, vão morar na Barra ou no estrangeiro. E que dane-se, o resto. Se não houver uma mobilização popular e pressão política, nada há o que se fazer.

  15. Gustavo

    Boa noite. Uma dúvida que tenho: os postos de salvamento (torres) da praia de Copacabana também são tombados por algum decreto? Obrigado.

    • Olá Gustavo,

      Infelizmente não. Até porque ao longo dos anos os Postos de Salvamento que foram construídos desde o começo do século IXX sofreram várias intervenções, remodelações e com todo o tipo de construções que conhecemos até hoje. Hoje, os Postos de Salvamento foi colocado na mão da RIO ORLA que quer desmontar os atuais Postos, com um modelo mais futurista no estilo dos novos quiosques, e colocar serviços pagos.. O que acontece, é que deveria ser considerado não só todo CONJUNTO URBANO PAISAGÍSTICO, assim como os Fortes e os Postos de Salvamento, incluindo também as areias e mar que estão inseridos ao longo da Av. Atlântica desde a praça do Leme até a rua Francisco Otaviano, indo até a Pedra do Arpoador. Mas é tudo picado. O tombado dos dois Fortes abrange só os seus portais, e o que resta um pouco de sua grande área, o resto o IPHAN destombou. Quer dizer, uma grande parte da área, já teve a sua especulação para a construção de um hotel. Mas a comunidade do bairro e associação de moradores correram atrás. Mas só que está sendo retaliado aos poucos. E eu não sei, quanto ao seu futuro, assim como os postos.

      • Gustavo, antes que me esqueça. Tentaram construir prédios residencias dentro e nos morros do Forte do Leme. Mas um valoroso grupo do Movimento SOS LEME e a Vereadora Sonia Rabello conseguiram barrar a pretensão da Prefeitura do Eduardo Paes e dos especuladores dos empreendimentos imobiliários. E assim, a gente, vai empurrando a carroça.

      • Gustavo

        Muito obrigado pelas informações, Cristina.

  16. Paulo Roberto Nunes de Oliveira

    Cristina, Boa noite!
    Tenho uma curiosidade: porque AMA 2,3,4 e 5? Existe outra AMA só do posto 6?
    Abraços, obrigado.

    • Olá Paulo Roberto.

      É uma longa história, Vou tentar ser mais sucinta possível. A AMA dos Postos 2, 3, 4 e 5 de Copacabana, existe desde a sua fundação em 1982, que veio da extinta em 1981, da AMAC e AMA Copacabana – Assoc. de Mor. de Copacabana, que se dividiu em AMAVERDE, AMA dos Postos 4 e 5 de Copacabana e AMA dos Postos 6 e Arpoador. Cada um, respeitando e trabalhando dentro de sua área de jurisdição. Foi a melhor época, em que aprendi com os antigos presidentes, o que é a verdadeira filosofia comunitária.
      Em meados dos anos 80 entrei para a AMAVERDE que abrangia a Av. Princesa Isabel até a Rua Siqueira Campos. Entrei para a AMAVERDE, primeiramente com o fito de lutar pela permanência do Parque da Chacrinha que havia a especulação imobiliária, o Batalhão da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro de olho na área. Fomos vencedores, e conseguimos salvar o que resta de um dos últimos refúgios da Mata Atlântica dentro da área urbana. Fui diretora de comunicação, e fazíamos um jornal comunitário para a divulgação dos nossos trabalhos. .Acabei me afastando logo no começo dos anos 90 para morar na Barra da Tijuca, e retornando depois para Copacabana já no começo dos anos de 2000,
      Então, notei que havia uma tal de AMACOPA e que as outras antigas entidades estavam desativadas. Como não gostei da política de trabalho da tal entidade e que também não era legalizada, fui ao cartório, e descobri que todas as instituições, e os seus antigos presidentes tinham abandonados as suas respectivamente instituições. Como moradora no trecho da Rua Domingos Ferreira, reativei a AMA dos Postos 4 e 5 de Copacabana, que estava desativada um pouco mais de um ano. Fiz a convocação, fiz a eleição e desde aí propus arregaçar as mangas para defender o trecho da Rua Siqueira Campos até a Almirante Gonçalves.. A extensão do nome da associação, é que a AMAVERDE, estando desativada e que tinha um número enorme de pessoas que moravam nos Postos 2 e 3, então, decidimos na assembléia ampliar o nome para a AMA 2, 3, 4 e 5 de Copacabana (Av. Princesa isabel até Almirante Gonçalves) e extinguir de vez a AMAVERDE. e acabou em alguns dos seus trechos aparecendo a AMAV – Assoc. de M. da Arcoverde, que tem parceria $$$ com a Secretaria de Segurança, para fazer o que até hoje, não sei o quê? Mas desconfio a sua verdadeira intenção.
      Novamente, foi feita a eleição, e por concordância de todos, continuo até hoje como Presidente, e com os poucos associados e diretores fieis a entidades. De 2 em 2 anos é feita a eleição na rua para se dá uma melhor representatividade e transparência ao nosso trabalho, e como tal, legaliza-se conforme os parâmetros do Código Civil. Estou há mais de 10 anos, por que ninguém quer assumir a responsabilidade. E vou ficando até aparecer um (a) corajoso (a) que assuma o compromisso de lutar pelo bairro, sem partidarizar ou com o interesse de se auto promover ou de vender a instituição. ,
      Agora, o que existe dentro do bairro, é a profusão de várias entidades que se dizem associativas. Muitas não são legalizadas, como a tal, AMACOPA que te falei lá em cima, a AMA do Posto 6 e Arpoador que você citou. Estas pessoas se dizem líderes, mas não se posicionam a que venho fazer. Muitos são os problemas dentro do bairro, eles estão atrelados a política de situação, aos órgãos de segurança, e o bairro cada vez depreciado, decadente, sujo e abandonado. Começa a surgir dentro do bairro a profusão de segurança privada armada nas ruas. Então, o que posso te dizer sobre isso. Muito coisa, e nada. Tire a sua própria conclusão. E fora isso, a falta de decoro das outras entidades que não respeitam a área de jurisdição de outras antigas entidades, como é o caso da AMA dos Postos 2, 3, 4 e 5 que é uma entidade de bairro, não uma sociedade de amigos e nem de ruas, que criam seus próprios feudos, cobrando mensalidade aos prédios e comércios por serviços, que é o direito do Estado e do Município fazerem. Agora, as associações de rua, querendo ampliar para AMA do Posto 4 e uma outra para AMA dos Postos 5 e 6 . Virou a casa da mãe joana. E infelizmente, a comunidade não consegue entender, e só criticam. A Constituição Federativa e o Código Civil deram margem para isso. Não temos a quem apelar. Se tiverem que usar o próprio CNPJ de uma outra entidade, até isso, fazem, como é o caso da AMA 2345 de Copacabana.
      A solução encontrada pela a AMA dos Postos 2, 3, 4 e 5 de Copacabana é seguir a linha de independência. É por isso, que você nunca vai ver a entidade metida em jornais comunitários, em festas de confraternizações ou ao lado de agentes dos órgãos municipal e estadual. A Globo não tem interesse em entrevistar a AMA2345 de Copacabana, porque ela é a mais interessada nos megaeventos musicais para vender o s CD e Vídeos dos seus músicos. E quem vai procurar, os quem falam pela sua cartilha. A não ser algum caso, que ela quer dá uma porrada no governo, aí me chama, que eu não tenho papas na língua. E assim, vamos caminhando, até aonde der. Faço o que tem que ser feito. Doa a quem doer. Essa é uma das partes da história que poucos pessoas sabem. Espero ter te explicado a contendo.

      • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

        Cristina, obrigado pela esclarecimento sobre a AMA 2,3,4 e 5 e dos problemas que você enfrenta com os aproveitadores de outras entidades. Realmente são coisas que pouca gente deva conhecer. E te dou os parabéns por esse seu espírito de luta e pela sua independência na condução dos interesses de um bairro tão querido, como Copacabana.
        Em 2012 haverá eleição? Gostaria de estar lá, ver de perto o trabalho de vocês. É possível?
        Abraços!
        Nunes

      • Oi paulo,

        Claro que dá pra participar dos nossos trabalhos comunitários. Terei o prazer em recebê-lo para fazer parte do quadro de associados e quem sabe da diretoria. As nossa reuniões são feitas todas às primeiras segundas-feiras de cada mês. O mês de janeiro, não fizemos, porquê o Colégio que cede o espaço para às nossas assembleias está em recesso e também o mês de descanso.. Mas a próxima reunião será no dia 6 de fevereiro a partir das 19:00 horas no Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, à rua República do Peru, 104.
        Agora, estamos empenhados na coleta de assinatura para o abaixo assinado em apoio dos Postos de Combustíveis que o governo do estado quer tirá-los da orla da Av. Atlântica sem que haja um motivo certo. Se com a retirada dos postos vão entregar de vez a orla para as empresas privadas ou se é realmente, é para a sua revitalização. A gente ainda ão sabe qual o verdadeiro motivo. Mas o que eu sei, é a briga entre o governo do estado e a Petrobrás, por conta da dívida do Estado com a União pelo fornecimento de gás e com a questão dos royalties. A briga é deles, e a gente é que paga o pato.

  17. Olá Paulo Roberto, desejo a você e aos seus que tenham tido um bom Natal, e aproveito para desejar-lhe também um 2012 recheado de coisas boas e que todos os seus sonhos seja realizado.
    Eu fui contra a demolição da boate Help por achar que as “primas” ficaram sem um lugar fechado para trabalhar. Todas vieram para o Balcony, na Praça do Lido que está criando muitos problemas, som alto, vozerio e brigas nas altas horas da madrugada em que os moradores não estão conseguindo ter a sua tranquilidade noturna. O governo quando derrubou a Help não fez no sentido de fazer a faxina e acabar com a prostituição. O que estava em jogo era o terreno que vale uma nota preta. E esse terreno como as verbas públicas para a sua construção da NOVO MIS foi para as mãos da Fundação Roberto Marinho, leia-se a Rede Globo. Eu também não gostei do desenho arquiteto do novo prédio. Acho que será todo aberto.
    O que o governo teria que ter feito e não fez, era de colocar policiamento e moralizar um pouco o ambiente para a contenção da entrada de menor e de tóxico. Eu já escutei dois depoimentos de garotas de programas que me disseram que elas eram agredidas e os gringos roubados tanto pela a segurança privada e as garçonetes. Do lado de fora tinha um pipoqueiro que gritava ” Tá passando ou já passou” esse era a dica para a compra do tóxico. Isso do lado da patrulhinha que às vezes aparecia por lá. A polícia militar fazia vista grossa e sabia de tudo. Uma vez, quando denunciei, de que havia menores, os seguranças foram avisados com antecedência, e quando foram fazer a blitz tudo estava tudo Azul como o Céu de Abrantes. Tudo tranquilo. Não pegaram nada.
    O problema que existe no bairro de Copacabana foi a confusão histórica. O bairro antigamente era tido como um bairro de boêmia, como a Lapa, e que hoje confunde-se a boêmia com a prostituição. Por isso os alvarás foram autorizados sem critérios e a profusão de casas e bares de prostituição. Fora as casas de massagens, No tempo da delegada Monique Vidal, a única que me atendia, fechamos algumas destas casas. Na rua Prado Júnior na altura do nº 160 têm dois bares sem nome que começam a funcionar às 23:00 horas e vai até meio dia do dia seguinte. Acontece de tudo ali.Já reclamei diversas vezes, e o próprio moradores fizeram um abaixo assinado para a Prefeitura. Levei o caso ao Ministério Público que conseguiu fechar por mais de um ano. Mas abriram com um outro nome, dono e alvará. É briga de gato e rato. Como o Controle Urbano e a Vigilância Sanitária não funcionam à noite, na madrugada e nos finais de semana, ficamos a quem apelar. A polícia não confio. Tenho que às vezes que bater na porta do MP para pedir ajuda. Mas as coisas em Copacabana cada dia está difícil. A propósito dê uma olhadinha na Página do blog o “Templo do Glamour”. Fiquei três dias fazendo pesquisa sobre o Copacabana Palace. Acredito que você vai gostar. Tem muita coisa hilária.

    • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

      Cristina, obrigado pelo retorno. É uma pena que outros interesses estejam interferindo na preservação da história da cidade. O prédio da Help deveria ser mantido de pé, por ser um local tradicional no Rio. Com tanto local para instalação do Novo MIS, como na Zona Portuária onde existem várias construções abandonadas, foram logo derrubar a Help…Mas enfim, como o povo por aqui é muito acomodado, tudo pode acontecer. E não é de hoje: Com o Palácio Monroe foi a mesma coisa, derrubaram e ficou por isso mesmo. Enquanto lá fora o povo enfrenta a polícia e as forças armadas, protestando contra ditaduras, custo de vida, desigualdade social, desemprego, etc, aqui tudo se aceita ou, como no caso da USP, protestam porque querem usar drogas em paz…
      Lí sua publicação sobre o Copacabana Palace, uma excelente matéria, com ótimas histórias. Até o Copa já quiseram demolir…Adorei, foi realmente uma viagem no tempo!
      E por falar em Rua Prado Júnior, porque acabaram com o famoso Beco da Fome, onde todos iam se alimentar depois das noitadas em Copacabana. Haviam muitas reclamações dos moradores, como está acontecendo com os dois bares que você mencionou? Acho que quem vai morar em Copacabana deve ir sabendo, de acordo com o local escolhido, o tipo de vizinhança que vai ter.
      Abraços!
      Nunes

      • Interessante você falar do Palácio Monroe. Quando eu estava fazendo pesquisa sobre o Copacabana Palace caiu a história da destruição do Palácio Monroe. E sabe que o fez? Olha só que absurdo! Foram três grandes personagens que conhecemos muito a favor da demolição do Palácio Monroe.

        1 – Quarto presidente militar desde o Golpe de 64, ERNESTO GEISEL. Empossado pelo Colégio Eleitoral em 1974. Nutria um ferrenho horror pelo filho do Coronel Arquiteto Francisco Marcelino de Souza Aguiar, projetista do Palácio Monroe, A raiva que Geisel sentia dele foi originada quando o filho de Souza Aguiar foi promovido no Exercito em detrimento de Geisel. Por puro ódio e vingança, Geisel aproveitou seu poder de Presidente da Republica e simplesmente autorizou a demolição do Monroe, acabando com o premiado projeto do pai de seu inimigo.

        2. ROBERTO MARINHO: Jornalista. Chefe das Organizações Globo. É de conhecimento público o apoio dado por Marinho aos militares desde a época do Golpe. Aproveitando a grande circulação do Jornal O Globo, fez uma enorme campanha a favor da demolição do Monroe aproveitando-se da obra do Metrô. Quase que diariamente O Globo publicava editoriais exigindo o desaparecimento do Palácio. Fica claro que esse apoio aos militares visava sempre ter os beneficios que o governo federal podia proporcionar. No ultimo editorial publicado pelo Globo podia-se ler as seguintes palavras:

        “Por decisão do Presidente da Republica, o Patrimônio da União já está autorizado a providenciar a demolição do Palácio Monroe. Foi, portanto, vitoriosa a campanha desse jornal que há muito se empenhava no desaparecimento do monstrengo arquitetônico da Cinelândia. (…) O Monroe não tinha qualquer função e sua sobrevivência era condenada por todas as regras de urbanismo e de estética. Em seu lugar o Rio ganhará mais uma praça. Que essa boa noticia, que coincide com o fim das obras de superfície do metrô da Cinelândia seja mais um estimulo à remodelação de toda essa área de presença tão marcante na historia do Rio de Janeiro”.

        3. LUCIO COSTA: Arquiteto. Defendia também a demolição do Monroe. Com qual intuito? O de dar chance à arquitetura brasileira moderna? Ou ser mais um agraciado pelo Governo Federal quando fosse preciso? Costa chegou ao cúmulo de passar abaixo-assinados em associações de arquitetos para endossar a demolição do Monroe. Foi mal visto na época por seus colegas que nunca o perdoaram por esse gesto criminoso.

        Quer dizer, nos dois itens ACIMA (2 E 3) tanto o senhor Roberto Marinho e o urbanístico Lúcio Costa não viram a tal remodelação da área que tanto sonharam. Simplesmente no lugar do Palácio Monroe, serviu de estacionamento subterrâneo de veículos e um lugar que dá até medo de passar ao cair da noite. Mendigo e maus elementos é que tomaram conta do lugar.

        Do lado oposto à demolição estavam arquitetos, o CREA, o Jornal do Brasil, o Juiz Federal Dr. Evandro Gueiros Leite (que sugeriu que o Monroe sediasse o Tribunal Federal de Recursos, que estava sem sede), o Serviço Nacional do Teatro, a Fundação Estadual dos Museus, a Secretaria Estadual de Educação, e várias outros entidades importantes e principalmente o povo carioca. Em vão…

  18. Paulo Roberto Nunes de Oliveira

    Cristina, lindas fotos do Edifício América! Ao ver aqueles ladrilhos da entrada, fiz uma viagem no tempo, lá passei toda minha infância. Abraços!
    Nunes

    • Paulo, não sei se você sabe o primeiro andar está sendo vendido por R$ 800.000,00. Uma boa grana, hein? Espero que o próximo proprietário cuide com carinho o prédio que vai morar.
      A propósito, quando fui tirar as fotos, andei um pouquinho pelo posto 2, fui até o Beco das Garrafas. Dois Pianos Bares foram fechados, o antológico Bacarat e um outro que não lembro mais do nome, onde cantou a Elis Regina e os grandes cantores de Bossa Nova e de MPB.. Virou uma boate de prostituição e dormitório de mendigo..O que restou de bom, foi a lojinha a Toca da Bossa Nova que fica na esquina. E assim, vai a nossa história.

      • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

        Cristina, desejo feliz Natal para todos da AMA Copacabana. As novas fotos postadas do Edifício América ficaram ótimas. Ví a placa anunciando a venda do apto. Realmente está salgado, mas se eu pudesse compraria sem pensar duas vezes…Esse apartamento pertenceu a um médico, Dr. David Varon. Muito me atendeu quando precisei…
        Pena que as boates famosas estejam desaparecendo. A outra deve ter sido a Little Club ou Dom Juan. Conheço bem o Beco das Garrafas, tenho muitos amigos por lá. A nossa turma é da década de 70 e até hoje todo ano tem um encontro para matar a saudade. E por falar em boate acabando, como foi que aceitaram a demolição da Boate Help, para a construção no novo MIS? A AMA Copacabana foi contra ou a favor? Acho horrível o projeto do prédio que vão erguer´e acho que não combina nada com a arquitetura de Copacabana, vai enfeiar o nosso famoso cartão postal. Abraços,
        Nunes

      • fatima santosw

        Cristina, passei pelo Beco hoje 7/7/12, lamentável, o que houve com o projeto de revitalização do qual faria parte o Miele??
        O Rio , agora c/novo titulo de Patrimônio da Humanidade Cultural e Natural esse projeto decola?? Fatima/copacabana = mfs309@gmail.com), grata por sua atenção.

  19. Paulo Roberto Nunes de Oliveira

    Bom dia, gostaria que fizessem uma correção: a foto colocada como sendo do Edifício América não está correta. O edifício da foto é o de número 100. O Edifício américa é um que tem mármore preto em sua entrada e é o mais bonito da Rua Ministro Viveiros de Castro! Falo porque morei nele desde meu nascimento, em 1952 até me mudar, em 1985. Meu pai foi porteiro do 110 por mais de quarenta anos, tenho boas lembranças do local e sempre passo por lá para rever os velhos conhecidos. Abraços!

    • Paulo Roberto desculpe a minha confusão. Realmente, você está certo. O prédio da foto é o Tuyuty. Dê uma olhadinha no Picasa “Influência Francesa” que quando eu posso eu fico tirando fotos das portarias, e quando o porteiro e o síndico permitem, tiro do hall. Eu estou fazendo, com a preocupação com a nova geração de síndicos que não têm nenhum compromisso com passado e a história arquitetônica francesa do bairro de Copacabana. É uma riqueza inimaginável e a beleza de detalhes que não vamos ter mais. Você sabe alguma história ou de alguma personalidade importante que morou quando você morava lá?

      • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

        Cristina, obrigado pela atenção, confusões acontecem! Vou dar uma olhada no Picasa para ver suas fotos. Também tirei umas fotos da portaria, dos andares, dos elevadores e do terrãço do Edifício América, onde morei por muito tempo. Como faço para te mandar algumas fotos de lá? Uma pessoa importante que morou no América: Sr. Ary Vasconcelos, jornalista, escritor, crítico musical, colecionador de discos. Tinha uma enorme coleção de discos de vinil e um gramofone que funcionava perfietamente! Pena que nessa época, década de 60, eu não tinha uma máquina fotográfica para fazer esses registros na época: ví as árvores do Edifício América serem plantadas e ví a construção de todos oos edifícios modernos da Rua Barata Ribeiro, Ronald de Carvalho e Duvivier! E a Rua Viveiros de Castro, muito linda, nenhum prédio tinha grade, como hoje em dia!
        Abraços!

      • OI Paulo Roberto,

        Eu consegui tirar as fotos do Edifício América ontem. Vou colocar nos Bens Tombados. A propósito, conversei com um proprietário do edifício Caxias e ele me disse que a TV Globo vai fazer uma novela no prédio. E outra coisa, conversei com uma Vereadora a Sonia Rabello que é ligada ao Patrimônio Cultural tanto material como imaterial, e ela fará um projeto de lei para que esses prédios não paguem o IPTU ou que tenha um bom desconto. E que esse dinheiro que seria pago para a Prefeitura seja revertido para a revitalização e a conservação dos prédios antigos e com a arquitetura com a influência em art déco. Eu sinto que os próprios moradores estão mais conscientizados do seu marco histórico e de sua beleza não só de suas portarias, corredores e fachadas. Acho isso muito bom. O que eu puder ajudar na sua preservação, sem dúvida nenhuma vou ajudar a todos.. Obrigada pela sua força.

      • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

        Boa noite, Cristina!
        O hotel foi inaugurado na Rua Ministro Viveiros de Castro, mas acho que cometeram um crime ambiental: cortaram árvores centenárias que estavam na calçada em frente ao terreno. Tirei fotos de lá em 2012, com o terreno ainda sem a construção e as árvores estavam de pé. Sabe se alguém tentou impedir esse absurdo? Essa rua é uma das mais arborizadas da região e foi uma pena terem cometido esse crime. E o pior é que os donos do hotel são gringos, fazem o que querem por aqui e as autoridades, nada! Abraços,

      • Paulo Roberto Nunes de Oliveira

        Fotos das árvores que foram derrubadas em Copacabana

  20. Pedro, vou dar uma olhada, e depois te digo.

  21. Pedro Gorrochotegui.

    Caro amigo,tem um predio muito bonito ao lado da casa de pedra na rua sá ferreira 188,podes me contar alguma coisa dele?

    • Olá Pedro,
      Estive na casa que você referiu. Falei com algumas pessoas que se encontravam no jardim. A casa estava passando por algumas reformas, hoje, pertence a família Fortes, que acredito seja da antiga Construtora do ex-deputado federal Márcio Forte. Ela foi tombada pela municipalidade, mas as janelas estão descaracterizadas com a presença de alumínio.. A construção dela é bem recente e que não passou pelo período de Art déco, uns 80 anos, talvez.. Deixei meu telefone, mas ninguém da família me ligou. As pessoas estão muito arredias para qualquer tipo de informação. Aproveitei para ir também nas casas pertencente ao Solar dos Meninos de Luz (Pavão-Pavãozinho), fiquei esperando que alguém fosse me atender, ao sair, deixei o telefone e nada, Devo alguns dias ir lá novamente. Tem uma outra histórias que faço questão de te contar. Estou fazendo pesquisa de campo sobre a verdadeira história de Copacabana para um livro. E então, acabei conhecendo, o prédio que outrora tinha uma casa que foi pintada em um dos quadros do Eliseu Viscontti. Entrei em contato com o seu filho, O Pintor Eliseu Viscontti morou no começo do século XIX na Ladeira dos Tabajaras, especificamente, na esquina da pequena Ladeira Santa Margarida, e lá, se encontram duas mangueiras que foram plantadas antes de 1910, e o pedido do próprio pintor, no caso de falecimento manter as duas mangueiras. Elas estão ainda lá, e dão mangas. Quer dizer, são mais de 100 anos de história. Quanto às árvores, eu moro na Ministro Viveiro de Castro, todos os dias fazia o percurso antes de virar a rua Barata Ribeiro ou a Av.N.S. de Copacabana. Passava e sempre olhava a casa. E então, num destes dias que passei por lá, a casa não estava mais. Os operários trabalharam a madrugada toda para o desmonte da casa, para que assim ninguém pudesse questionar sobre a sua destruição. Tentei, falar com a Prefeitura, e disse-me que seria construído um hotel. O hotel de mais de 12 andares foi construído no record olímpico, menos de 8 meses. Assim, como a casa, às árvores foram arrancadas de madrugada, e é assim, que se comporta a nossa Prefeitura. Na calada da noite.

      • Pois é e daqui a pouco a ultima casa da avenida atlântica , com santa clara vai ser destruída.
        Soube q a do a faleceu em maio, hoje vi um caminhão saindo da mesma…
        É questão de pouco tempo para ela tb estar destruída…
        Afinal a especulação de hotéis nessa localização é enorme… Mas não deveríamos ao menos guardar um exemplar do passado?

  22. Sueli

    Adorei esta sua página. O nosso Rio de Janeiro (morei por 20 anos nessa cidade maravilhosa) é espetacular mesmo. Muitas saudades!!!

    • Legal que você tenha gostado. O bairro de Copacabana precisa ser respeitado pelos governantes como um patrimônio cultural, histórico e paisagístico.

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