Plano Doxiadis

Proposta para Copacabana, Plano Doxiadis, 1965.

Um dos maiores vilões da vida agitada do Século XXI é, sem dúvida, o engarrafamento. Ficar preso num engarrafamento é uma das maiores causas de estresse. As maiores metrópoles do mundo sofrem com esse problema. No Brasil, a cidade de São Paulo é a recordista em engarrafamentos. Já a cidade do Rio de Janeiro encontrou uma solução parcial para o problema: a Linha Vermelha e a Linha Amarela. Essas duas vias fazia parte de um plano de urbanização, que nunca foi concluído.

Linha amarela

Em 1960, ainda no antigo Estado da Guanabara, o então governador Carlos Lacerda encomentou ao arquiteto grego Constantino Doxiádis um projeto de urbanização do Rio de Janeiro. Doxiádis, então, propôs a construção de 5 grandes linhas que cortariam a cidade, interligando diversos pontos.

Linha Vermelha (ligando São Cristóvão à cidade de São João do Meriti)

Linha Amarela (liganda a Barra da Tijuca à Ilha do Fundão)

Linha Verde (ligando a Via Dutra à Gávea)

Linha Marrom (ligando o Centro à Santa Cruz)

Linha Azul (ligando a Zona Sul à Barra da Tijuca)

O projeto, chamado de Plano Doxiadis, mas também conhecido como “Plano Policromático”, foi concluído em 1963, porém só foi publicado em 1965, no final do governo de Carlos Lacerda. O sucessor, o governador Raphael de Almeida Guimarães, não colocou o projeto em prática. Em 1975, o Estado da Guanabara se fundiu com o Estado do Rio de Janeiro, e o Plano Doxiadis continuava no papel.

O cenário só foi revertido em 1992, 27 anos depois, quando o então governador Leonel Brizola começou a construção da primeira parte da Linha Vermelha: um trecho de 7 km entre São Cristóvão e a Ilha do Fundão. Em 1994, o segundo trecho, de 14km, foi inaugurado, ligando a Ilha do Fundão à Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Tanto a Linha Vermelha quanto a Linha Amarela são vias importantíssimas para a cidade do Rio de Janeiro. Ambas as linhas desafogaram o trânsito, diminuíram o tempo de viagem entre pontos extremos do Rio, e ajudaram na urbanização da cidade.

Apesar disso, a cidade do Rio tem deficiência principalmente em ligação à zona oeste com o centro e a zona sul. Há somente uma via de ligação, a problemática Av. Brasil. Qualquer problema que haja nessa via, seja uma chuva, um carro quebrado ou simplesmente excesso de veículos, congestiona completamente a linha, e um trajeto que poderia ser feito em 30 minutos, acaba durando mais de duas horas.

Já a Linha Azul, ligando a Zona Sul à Barra da Tijuca, começo da Zona Oeste, facilitaria a ligação da Zona Oeste à Zona Sul, um trajeto demorado e complicado. Para ir da Zona Oeste à Zona Sul, é necessário fazer um grande e demorado tour pela cidade.

Com a construção da Linha Marrom, ligando o Centro à Santa Cruz, cortando toda a zona oeste, iria redistribuir o número de veículos trafegando na Av. Brasil, agilizando o trajeto e otimizando o tempo do trafegante.

Em 1995, o então prefeito César Maia iniciou a construção da segunda parte do Plano Doxiadis, com a construção da Linha Amarela em 3 lotes:

Lote 1 – Ligando a av. Ayrton Senna, na Barra, à av. Geremário Dantas, em Jacarepaguá

Lote 2 – Ligando a av. Geremário Dantas, à Rua Pernambuco, no Encantado

Lote 3 – Ligando a Rua Pernambuco à av. Novo Rio, em Bonssucesso

A Linha Verde começou a ser construída, com a av. Pastor Luther King Jr. (antiga av. Automóvel Clube) e o Túnel Noel Rosa, porém não passou disso.

Além da agilização do trânsito na cidade, a conclusão do Projeto Doxiadis geraria vários empregos. Durante a construção da Linha Amarela, foram gerados mais de 5 mil empregos diretos, e mais de 15 mil indiretos.

A construção da Linha Amarela foi mais barata que a polêmica construção da Cidade da Música, que custou mais de R$ 500 milhões e foi inaugurada ainda incompleta. Sabemos que um povo não vive sem cultura, mas como o povo vai ter acesso à cultura, se não há estradas até ela? Fica a dica…

Fonte: Ponto de notícia/Direto ao Ponto

 

Uma resposta para “Plano Doxiadis

  1. Julia Maria

    Respondendo a sua pergunta: gerando subcentros culturais e desafogando o uso do carro na cidade! Por sinal, vejo o automóvel como grande vilão na praia de copacabana rs

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