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Discurso da Ministra da Cultura do Brasil,

Sra. Ana de Hollanda.

Senhora Presidente do Comitê do Patrimônio Mundial, boa tarde.

Em nome do Governo brasileiro, cumprimento todos os presentes e agradeço aos membros do Comitê a inscrição da paisagem cultural do Rio de Janeiro na Lista do Patrimônio Mundial.

Esta inscrição preenche uma lacuna, porque não se pode pensar no patrimônio do Brasil sem visualizar o cenário da cidade do Rio de Janeiro.

Também representa um avanço nas políticas públicas do Brasil, que cada vez mais se voltam para o desafio de compreender o patrimônio cultural como uma dimensão essencial para a nossa gestão territorial.

E é também um marco para esta Convenção, uma vez que se trata da primeira área urbana em uma metropole inscrita como paisagem cultural.

Por tanto ineditismo, acompanhado por desafios da mesma grandeza, desejamos compartilhar este momento com a comunidade internacional.

Para nós do Brasil, esta Convenção tem duas dimensões claras para o seu futuro:a da paisagem e a da cooperação.

Em primeiro lugar, a paisagem, porque não é possível avançar nas políticas culturais sem compreender que as relações entre o homem e o meio constituem um novo campo de formulações;

Que, por um lado, aproxima a política de patrimônio das discussões mais relevantes que ocorrem no campo multilateral, como as relacionadas ao desenvolvimento sustentável;

E, por outro, possibilita a criação de uma nova cartografia patrimonial, rompendo com uma visão predominantemente historicista, e substituindo-a por abordagens mais amplas de compreensão do mundo.

Em segundo lugar, a cooperação, porque é a única maneira de enfrentarmos os desequilíbrios entre os países, o que também se verifica no desequilíbrio da Lista do Patrimônio Mundial.

Ademais, a cooperação é o instrumento que responde aos princípios que deve prevalecer na nossa Convenção: o patrimônio rompe barreiras, o patrimônio é um direito de todos nós.

A nomeação do Rio de Janeiro, síntese do Brasil, agora declarado Patrimônio Mundial, expõe para todos nós esse desafio.

Obrigada ao Comitê pela confiança depositada e pelo avanço conceitual que juntos construímos e que queremos celebrar.

Estão todos convidados a desfrutar conosco desta maravilhosa cidade que é o Rio de Janeiro.

Muito obrigada!

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Favela cenográfica é montada em Copacabana

Uma favela cenográfica foi montada na manhã deste sábado (16) nas areias da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, como uma forma de chamar a atenção dos participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) para os problemas sociais do mundo. Os três barracos de madeira, montados pela organização não governamental Rio de Paz, retratam favelas cariocas como Manguinhos, na zona norte da cidade.

“Estamos aproveitando a ocasião para apresentar uma reivindicação aos chefes de Estado que estarão no Rio de Janeiro na próxima semana: que a coisa não fique só na retórica. O momento não é mais de interpretar o mundo, mas de transformá-lo. Precisamos de metas mensuráveis”, disse o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.

A moradora de Manguinhos Suzana Cristina Barreto participou da encenação e interpretou um papel que ela já vive na realidade: o de moradora de uma favela cheia de problemas.

“Como tem muito estrangeiro na cidade, a gente estava querendo pedir melhorias para as comunidades, porque elas precisam de urbanização nas ruas. É muita rua com esgoto para fora. As crianças brincam no esgoto. Dentro das comunidades, ainda existem muitos barracos”, ressaltou.

Segundo Antonio Carlos Costa, a ideia é manter a favela cenográfica montada em Copacabana até hoje (17).

Vitor Abdala, da Agência Brasil

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Hoteis ameaçam barrar até presidentes na Rio+20

Tensão no setor hoteleiro com a Conferência Rio + 20, na chegada das comitivas internacionais à cidade. As redes Sofitel e Othon, com hotéis cinco estrelas, avisaram ao governo que podem proibir check in até de chefes de Estado se o Itamaraty não confirmar os pagamentos das reservas pela Terramar Viagens e Turismo, a agência que venceu a licitação. E, não bastasse a falta de leitos, a Terramar cancelou ontem 120 quartos no luxuoso Windsor Barra, que seriam ocupados por comitiva de Brasília.

Hoteis não se entendem com empresa que venceu a licitação para organizar as reservas das autoridades para a Rio+20

Beliche
O Itamaraty foi acionado pelos gerentes para garantir hospedagens. Enquanto há vagas agora no Windsor, chefes parlamentares se amontoam em hotéis três estrelas.

Desafinou
A Terramar, que venceu licitação do Itamaraty, é criticada por agências de porte internacional: seu maior evento foi realizar um cruzeiro com show de Agnaldo Rayol.

Tu-tu-tu
A coluna entrou em contato com a Terramar em São Paulo. Recebeu telefones da assessoria no Rio que não atendem e dão caixa postal cheia.

Chilique
Os presidentes das grandes redes de hotel que vão hospedar as comitivas da Rio+20 estão pasmos com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Dizem que ela deu socos na mesa e foi dura na reunião do dia 14 de maio em Brasília, onde cobrou baixa das tarifas abusivas. Só que, segundo eles, o ágio era da Terramar, que inflou as diárias em até 33%.

Epa, epa
Da reunião, convocada pela ministra, participaram também o presidente da Embratur, Flávio Dino, e o advogado-geral da União, Luís Adams. Os gerentes não entenderam o porquê de o governo pedir o CPF de cada um deles.

Leandro Mazzini é jornalista e escritor, pós-graduando em Ciência Política pela UnB. Passou por Jornal do Brasil, Agência Rio, Correio do Brasil, Gazeta Mercantil e Coluna CH. No Rio, cobriu a política fluminense de 1998 a 2007, quando se mudou para Brasília, onde assinou oInforme JB de 2007 a 2011. É apresentador dos programas de debates políticos Tribuna Independente (terças) e Frente a Frente (seg,qua,sex) na REDEVIDA de Televisão, em rede.

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Bares do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo vão vender pratos sofisticados durante a Rio+20

Rio de Janeiro – A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, programada para junho, no Rio de Janeiro, será também uma oportunidade para os turistas conhecerem pratos sofisticados, porém com ingredientes genuinamente brasileiros e preços reduzidos. A comida será preparada por moradores das comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, localizadas em Ipanema e Copacabana, zona sul da cidade.

A programação começará no dia 13 de junho e se estenderá até o final da Rio+20, no dia 22. O organizador é o professor de Varejo da Fundação Getulio Vargas Daniel Plá. Dez pequenos bares (biroscas) dos morros estão sendo preparados por quatro chefes de cozinha de restaurantes do Rio para oferecer aos visitantes estrangeiros pratos com toques nacionais, como uma paella carioca, que leva até feijão, ou o ravióli recheado de rabada.

As vendas foram “escolhidas a dedo”, em função de sua localização e, também, da qualidade dos serviços prestados, disse Daniel Plá à Agência Brasil. Durante todos os dias da Rio+20, elas oferecerão os pratos diferenciados aos visitantes.

“Cada um dos birosqueiros vai aprender dez frases em inglês. Os pratos serão oferecidos aos turistas a R$ 45, com apresentação de pratos de restaurantes cinco estrelas. Será cobrado um preço especial para quem mora na comunidade. Isso já está combinado”, explicou. O cardápio para os turistas inclui, além do prato principal, o serviço e uma dose de caipirinha.

Os pequenos bares dos morros sempre chamaram a atenção do professor pela criatividade, alegria e música que a maioria deles oferece. “É um mundo à parte. É como se tivesse uma cidade do interior do Brasil no miolo de Ipanema e Copacabana”, disse. Segundo o professor da FGV, o momento é bom para mostrar que “se for bem trabalhada na questão do turismo, a favela se autossustenta”.

O projeto tem a finalidade de fazer com que a comunidade do morro ganhe dinheiro com a Rio+20 e não apenas as agências de turismo, disse Daniel Plá. A expectativa é que, com a conferência, as dez vendas faturem em torno de R$ 6 mil cada. “O dinheiro vai direto para os birosqueiros envolvidos e os quatro guias turísticos, todos jovens das comunidades, dois dos quais falam inglês com fluência”.

Edição: Talita Cavalcante

Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

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A um mês da Rio+20, hospedagem ainda é problema

O alto custo da hospedagem na capital carioca durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) entrou mesmo na lista de preocupações oficiais do governo. Após o parlamento europeu cancelar a vinda da delegação de deputados para o evento devido às diárias em torno de R$ 1,5 mil, os organizadores da Cúpula dos Povos ameaçam espalhar acampamentos pelas ruas do Aterro do Flamengo, para abrigar as 9 mil pessoas que ainda não têm onde ficar durante o evento.

O número representa a metade do público estimado para o encontro. Segundo os organizadores, até o momento, a Prefeitura do Rio disponibilizou duas escolas municipais, com capacidade total para mil pessoas, e o sambódromo, que comportará as 8 mil restantes.

De acordo com a prefeitura, esta semana será lançado um portal com indicações de quem queira receber visitantes. O governo municipal afirmou ainda que estuda alternativas de hospedagem. O órgão municipal proibiu os acampamentos no Aterro do Flamengo, disponibilizando a Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, à Cúpula dos Povos.

O presidente do grupo de trabalho da prefeitura do Rio para a Rio+20, Sergio Besserman, esclareceu à Agência Brasil que, da Marina da Glória até o Aeroporto Santos Dumont, “se eles tiverem interesse, há espaço suficiente” para a Cúpula dos Povos. Mas não serão permitidos acampamentos. “Se houver necessidade de algum acampamento, como na Rio 92, tem que ser na Quinta [da Boa Vista]. Já as tendas onde ocorrerão os debates poderão ser montadas no aterro”, ponderou Besserman.

Pressão

Na sexta-feira, 11 de março, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, admitiu que o governo está preocupado com a falta de quartos e o preço cobrado pelos hotéis na cidade, mas minimizou o impacto do tema no sucesso do evento.

A pressão do governo sobre a rede hoteleira fez com que esta concordasse em reduzir os preços da hospedagem. De acordo com o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Flávio Dino, as tarifas cobradas no período serão reduzidas em mais de 20%, preço que valerá também para os contratos que já foram assinados com hotéis do Rio.

Além disso, a rede hoteleira decidiu que vai acabar com a exigência de um pacote mínimo de sete dias para os participantes da conferência. A expectativa é de que 50 mil pessoas venham ao Rio para participar da conferência.

Portal EcoDesenvolvimento

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Rio limpo cria área de preservação paisagística e limita publicidade no centro e zona sul da cidade

A Prefeitura do Rio de Janeiro cria, através de decreto, o projeto Rio Limpo que tem como objetivo valorizar e preservar o Patrimônio Paisagístico e Cultural da Cidade do Rio de Janeiro nas regiões do Centro e da Zona Sul. O decreto cria a Zona de Preservação Paisagística e Ambiental 1 (ZPPA-1) que vai diminuir a poluição visual e a degradação ambiental, além de promover uma melhor gestão do espaço publicitário em uma cidade de belezas naturais e arquitetônicas privilegiadas e reconhecidas internacionalmente.

 A partir da publicação do decreto estão imediatamente proibidos anúncios que cubram fachada, anúncios em outdoors, em letreiros em cobertura de prédios, em empenas cegas, em tapumes e em redes de proteção de obras, nas áreas das I, II, IV e V Regiões Administrativas, que englobam os bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa, Caju, Centro, Lapa, Botafogo, Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Humaitá, Urca, Copacabana, Leme, Lagoa, Leblon Ipanema, Gávea, Jardim Botânico, São Conrado e Vidigal.

Os anúncios indicativos (nome dos estabelecimentos) passarão a ter dimensões de um metro e meio, quatro e 10 metros quadrados, dependendo da extensão da fachada do imóvel e não poderão estar associados à marcas publicitárias:

 1) Fachadas de até 10 metros, o indicativo do estabelecimento será de um metro e meio metro quadrado sendo possível, em caso de comércio de esquina, um indicativo (1,5m2) voltado para cada lado das ruas.

2) Fachadas entre 10 metros e 100 metros lineares, o indicativo terá quatro metros quadrados.

3) Acima de 100 metros lineares serão permitidos até dois indicativos de 10 metros quadrados cada, respeitando uma distância mínima de 40 metros lineares entre cada anúncio.

Em fachadas de shoppings e centros comerciais que não possuam lojas voltadas para rua, será possível a instalação de dois indicativos de 10 metros quadrados. No caso de shoppings e centros comercias com lojas voltadas para a rua, o indicativo das lojas será de um metro e meio quadrado e os indicativos de fachada seguirão a regulamentação por tamanho da fachada (ver itens 1,2 e 3 acima).

Não serão considerados anúncios os banners ou pôsteres indicativos de eventos culturais exibidos em museus, teatros (dentro dos shoppings e fora deles) bem como áreas reservadas nos cinemas para mensagens alusivas aos filmes em exibição. No entanto, eles não poderão ultrapassar 10% do tamanho da fachada. Painéis com mensagens indicativas (totens ou prismas) instalados em área de afastamento frontal dos lotes, serão permitidos desde que área para o indicativo do estabelecimento não ultrapasse dois metros quadrados e o limite de altura de seis metros. O Rio Limpo não atinge os indicativos obrigatórios pela legislação municipal, estadual e federal, como por exemplo placas de obras e exigidas pelo CREA; tabela de preços de combustíveis exigida pela ANP); anúncios nos estandes de venda de imóveis em construção, anúncios em mobiliário urbano (abrigo de ônibus, indicadores de logradouros públicos, bancas de jornais ) e anúncios veiculados em caráter transitório referentes a eventos com autorização do Prefeito.

Os prazos para o cumprimento das novas regras é de até 180 dias. A multa por descumprimento do decreto que cria o Rio Limpo será diária no valor de R$ 570,00. No caso de reincidência ou persistência da irregularidade, o valor da multa será dobrado. Os responsáveis deverão arcar com os custos da retirada dos indicativos irregulares.

Portal da Prefeitura RJ

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A paisagem do Rio vai mudar

A retirada dos painéis publicitários e o fechamento dos postos de combustível da Avenida Atlântica podem embelezar (ainda mais) o panorama da cidade

 

Vista do Centro, na versão sem os letreiros, e hoje (abaixo), com os anúncios: visual mais limpo

 O visual do Rio, que já impressiona pelos seus encantos naturais, deve ficar ainda mais aprazível nos próximos meses. Providencial, o retoque virá de duas iniciativas que prometem eliminar da paisagem alguns excessos visuais e construções horrendas da cidade. No dia 02 de maio, o prefeito Eduardo Paes decretou o fim dos painéis, letreiros e anúncios publicitários em prédios do Centro e da Zona Sul. Com a criação da Zona de Preservação Paisagística e Ambiental (ZPPA), abrangendo 22 bairros, foram banidas propagandas em outdoors, marquises e no alto de edifícios. Os estabelecimentos comerciais também terão de trocar os luminosos e placas por outros de menor tamanho, proporcionais à extensão da fachada. Em paralelo, o governador Sérgio Cabral decidiu finalmente cancelar a licença dos cinco postos de combustível que poluem a vista da orla de Copacabana. Eles agora têm prazo até 6 de junho para deixar os espaços localizados nos canteiros centrais da Avenida Atlântica. “A cidade merece essa limpeza arquitetônica e paisagística há tempos”, afirma Alex Costa, secretário especial de Ordem Pública, que coordenará a remoção das peças publicitárias.

Abastecimento em Copacabana: com os dias contados

Ao atacar os letreiros e luminosos, a prefeitura segue exemplos bem-sucedidos mundo afora. Cidades como Paris, Madri, Londres e Barcelona adotam regras rígidas para esse tipo de exploração comercial do espaço urbano. No Brasil, São Paulo acabou com tal modalidade de propaganda há cinco anos. Batizado como Rio Limpo, o programa carioca terá como alvo cerca de 300 imóveis, que devem retirar imediatamente seus anúncios. Quem tinha autorização anterior também fica com a licença automaticamente revogada. As regras se estendem a lojas, bares, restaurantes, bancos e shopping centers. Seus letreiros deverão ocupar entre 1,5 e 10 metros quadrados, de acordo com a largura da fachada. A canetada do prefeito, no entanto, mantém uma série de outros exemplos de publicidade, como as placas em ônibus, táxis e bancas de jornal. Mas a iniciativa tem uma falha: o decreto municipal não contempla a propaganda do poder público, o que vem gerando críticas sobre a falta de critério. Dizendo-se imbuído da missão de limpar o Rio, Paes pretende analisar pessoalmente caso a caso e garante que a lista de concessões estará concentrada apenas em grandes eventos, como o réveillon e o Rock in Rio. “A legislação anterior era muito ruim e confusa”, considera o prefeito. “Agora temos uma lei um pouco mais radical, que organizará todo o setor e terá efeitos estéticos imediatos.”

A remoção dos postos de gasolina da orla de Copacabana segue raciocínio semelhante, uma vez que eles estão em uma área que, além de importantíssima do ponto de vista turístico, é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). No entender do governo estadual, as construções quebram a harmonia paisagística da Avenida Atlântica.

A reação não chega a ser uma surpresa. Historicamente, qualquer iniciativa que se proponha a interferir em velhos hábitos, ou em estilos de vida, enfrenta mesmo resistência. No início do século, o processo de reurbanização do Centro, conduzido por Pereira Passos e apelidado de Bota Abaixo, foi duramente criticado. O mesmo aconteceu durante a remoção da favela da Catacumba na década de 60, com as obras do Rio Orla, trinta anos depois, e já começou novamente em razão das intervenções na região do Porto. A questão é que, ao serem postos em prática, tais projetos trazem tantos benefícios que todo mundo esquece a chiadeira anterior. Dentro dessa lógica, o Rio Limpo e a remoção dos postos da orla logo serão adotados pela maioria dos cariocas.

Fonte: Veja Rio

por Carla Knoplech | 09 de Maio de 2012

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Projeto Rio Cidade Sustentável dá início à frente de Agricultura Urbana em comunidades pacificadas da Zona Sul carioca

O projeto Rio Cidade Sustentável deu início as atividades da frente de Agricultura Urbana Orgânica nas comunidades do Chapéu Mangueira e da Babilônia, na Zona Sul carioca. O objetivo é capacitar os moradores na construção e manutenção de hortas em produção contínua em quintais e lajes da comunidade, tanto para uso familiar quanto como uma nova fonte de renda, através da comercialização de excedentes. Além do curso, a frente de Agricultura Urbana promoverá oficinas de alimentação saudável, visando evitar desperdícios e abrindo possibilidade para uma melhor qualidade de vida.

Os inscritos irão receber 180 horas de aula durante 5 meses. A frente de Agricultura Urbana Orgânica é uma iniciativa conjunta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com o ISER, a Fundação Parques e Jardins e o SEBRAE. A Souza Cruz é a empresa patrocinadora.

“É muito gratificante fazer parte deste projeto e, ainda, patrocinar uma Frente que está diretamente ligada à estratégia de sustentabilidade da Souza Cruz. Desenvolver iniciativas responsáveis em toda a nossa cadeia produtiva e investir nas comunidades inseridas nos locais onde atuamos, seja no campo ou na cidade”, ressalta o gerente de Assuntos Corporativos da Souza Cruz, Daniel Preto. Há alguns anos a empresa desenvolve programas com foco em sustentabilidade, como o Milho e Feijão Após a Colheita de Tabaco, Propriedade Sustentável e Reflorestar.

Rio Cidade Sustentável

Além da Frente de Agricultura Urbana Orgânica, outras seis iniciativas integram o Rio Cidade Sustentável, que reúne um grupo diversificado de empresas em um projeto de infraestrutura urbana e transformação social com foco em sustentabilidade. São elas: Melhoria Habitacional Sustentável, Infraestrutura Urbana Verde, Turismo Comunitário, Sustentabilidade nas Escolas e nos Lares, Gestão Comunitária de Resíduos Sólidos e Desenvolvimento de Empreendedores Locais.

As ações do Rio Cidade Sustentável foram definidas em conjunto com os moradores das duas comunidades, considerando as prioridades que eles apontaram, em levantamento feito pelo projeto. Ao todo, foram ouvidos os chefes de família de 40% das cerca de 1.200 casas da Babilônia e do Chapéu Mangueira. A linha de trabalho tem o foco na busca da independência das comunidades, com soluções que gerem o censo de propriedade, o desenvolvimento socioeconômico local e inserção das comunidades no contexto urbano.

As empresas responsáveis pelas iniciativas do projeto são: Itaú e Bradesco; Phillips, Michelin, Votorantim e Dow; Souza Cruz, Goodyear, Vale, Even, Furnas/Eletrobras e Coca-Cola com apoio do Sebrae e da Caixa Econômica Federal.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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Rio 2016: Surf nas Olimpíadas

A edição da revista Alma Surf que chega às bancas no mês de abril traz uma proposta diferente de apenas relatar o que acontece mar adentro. O principal objetivo desta edição é promover um movimento mundial para incluir o surf na grade de dos Jogos Olímpicos de 2016, que acontece no Rio de Janeiro.

O documento “Rio 2016: Surf nas Olimpíadas” é um dossiê sobre o esporte que mostra porque esse é o momento ideal para mostrar que o surf deve ser reconhecido e estar presente no evento. “O Brasil tem sido palco das grandes mudanças do segmento e também fora dele, seja no mercado, em estereótipos, modelos de negócios, varejo ou tendências”, conta Romeu Andreatta, publisher da revista. Segundo ele o esporte possui mais de 20 milhões de praticantes no mundo e movimenta R$ 8 bilhões de consumo no Brasil e US$ 20 bilhões no mundo.

O movimento começa com o lançamento desta edição da Alma Surf e continua nas redes sociais. A página no Facebook foi criada para informar a respeito do movimento, assim como o Twitter. Entrará no ar também um abaixo-assinado para que as pessoas possam se manifestar sobre o caso.

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Plantio de árvores em Copacabana deve neutralizar carbono do Réveillon

A Riotur iniciou na semana passada, por meio de uma ONG Instituto Terra de Preservação Ambiental, o plantio de 1.411 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, reunindo mais de 20 espécies, no município de Miguel Pereira.  O plantio das mudas visa a neutralizar o carbono emitido durante o réveillon do Rio de Janeiro, na virada de 2011 para 2012.

O secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, destacou que o réveillon do Rio foi um grande exemplo de como produzir eventos “de forma inteligente e sustentável”. Ele espera que, com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá em junho, os eventos fiquem cada vez mais comprometidos com o meio ambiente.

As 1.411 mudas correspondem à neutralização de 260 quilos de gás carbônico gerados na produção do réveillon de Copacabana, informou o ambientalista Roberto Vamos. Para chegar às 1.411 mudas, ele calculou a quantidade total de combustível gasto em todas as operações de montagem e desmontagem das estruturas, nos geradores de energia e, também, nas barcas que levaram os fogos à Praia de Copacabana.

Segundo Roberto Vamos, o projeto de reflorestamento que vem sendo implementado pela ONG Instituto Terra de Preservação Ambiental foi determinante para a escolha do município de Miguel Pereira para o plantio, como forma de neutralizar as emissões de gases da produção do réveillon. “O projeto é feito na bacia do Rio Guandu. Então, o benefício que vai ter não é só para a população de Miguel Pereira. Vai ser para a cidade do Rio de Janeiro também, porque a gente vai estar preservando os mananciais de água que abastecem o rio”.

O ambientalista ressaltou que a ideia é fazer a neutralização de carbono emitido em todos os eventos privados e públicos que ocorram na capital fluminense. “Acho que cada vez mais vai haver agora essa demanda, não só por parte de produtores privados, como também por parte de eventos dos governos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas”. A neutralização de carbono deverá ser posta em prática também na Rio+20. “Pense só no fato de que estão sendo esperadas entre 40 mil e 50 mil pessoas no Rio de Janeiro”, destacou ele.

Roberto Vamos sugeriu, contudo, que a neutralização de gases emitidos individualmente deve ser responsabilidade de cada cidadão. Ele indicou que algumas ONGs, como a Fundação SOS Mata Atlântica, dispõem de ferramentas por meio das quais as pessoas podem “comprar” árvores virtualmente, visando ao seu plantio em vários locais do país.

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